Nosso trabalho tem valor: o caso da Chapa 21 e a virada construída com a EVAG

A eleição para o Conselho Federal de Psicologia em 2025 foi, desde o início, um campo de provas para qualquer estratégia de comunicação que se pretendesse consequente. O cenário reunia todos os elementos que costumam dificultar campanhas: polarização de ideias, estruturas consolidadas da gestão vigente, chapas concorrentes com recursos financeiros superiores e uma categoria imensa, nacionalizada, heterogênea e altamente técnica. Não por acaso, as primeiras medições colocavam a Chapa 21 nas últimas posições. O que se viu na sequência, porém, foi a construção de uma virada rara: a candidatura que começou desacreditada finalizou o pleito em primeiro lugar, ajudando a redefinir a agenda pública da Psicologia. A EVAG esteve no centro dessa virada: planejando, executando e sustentando uma comunicação que uniu método político, coerência narrativa e organização digital.

Partimos de um diagnóstico simples e rigoroso: seria inútil tentar competir apenas por volume de peças ou por estética. Era preciso disputar significado. A categoria vivia, de modo difuso, a experiência de desvalorização e a urgência de um horizonte de reconhecimento. Daí a escolha do mote “Nosso trabalho tem valor”, não como mero slogan, mas como chave de leitura da campanha. Ele dialogava diretamente com a mobilização pelo piso nacional da Psicologia e, ao mesmo tempo, dava nome a um sentimento compartilhado por milhares de profissionais. A cada publicação, a cada fala, a cada email, repetimos e aprofundamos esse eixo sem cansar o público, porque o conteúdo mudava de forma e contexto, mas preservava o sentido: valorizar o trabalho, proteger a profissão, abrir caminhos para melhores condições de atuação.

Com o eixo enunciado, organizamos a campanha em torno de cinco propostas centrais, elaboradas com a coordenação política da chapa e trabalhadas como pilares de uma agenda concreta e verificável. Mantivemos consistência e repetição inteligente: as cinco propostas eram recorrentes em cards, vídeos curtos, textos explicativos, lives, e-mails e no hotsite, sempre com portas de entrada para aprofundamento. Essa estratégia, aparentemente simples, foi decisiva; em ambientes ruidosos, clareza e previsibilidade ajudam o público a reconhecer quem defende o quê. Para registro neste blog, deixamos aqui os espaços para reapresentação das bandeiras conforme a versão final do programa: prioridade para o Piso Nacional da Psicologia, defesa da jornada de até 30h semanais, criação de uma caixa de assistência para a categoria, conexão direta com as bases e conselhos regionais e, por fim, um debate sério e articulado sobre o uso da inteligência artificial na psicologia. Em paralelo, assumimos a tarefa de traduzir debates técnicos em linguagem acessível, preservando o rigor, mas reduzindo barreiras de compreensão, um ponto sensível quando se dialoga com profissionais de áreas e realidades tão distintas.

Toda a engrenagem de comunicação foi integrada. A EVAG assumiu planejamento estratégico, consultoria política e de comunicação (com alinhamentos sensíveis em momentos-chave), criação e gestão de redes, produção diária de conteúdos, edição de vídeos e materiais gráficos, roteirização, hotsite de referência e mobilização, gestão do banco de contatos e disparo de e-mails segmentados, além da compra organizada de mídia para ampliação de alcance. Do ponto de vista tático, isso significou rotina editorial com pautas temáticas por semana, distribuição equilibrada entre materiais de identidade (a narrativa do “valor”), de programa (as cinco propostas), de serviço (orientações sobre votação, prazos, procedimentos), de contraste (explicitação de diferenças políticas com civilidade) e de mobilização (chamadas para ação, adesão, envio de relatos e apoios). No plano de dados, organizamos o banco de contatos por perfis de atuação, regiões e níveis de engajamento, o que permitiu mensagens úteis e diretas em vez de comunicações genéricas. Partimos praticamente do zero, criando as redes sociais da chapa enquanto os adversários já tinham ferramentas de comunicação com milhares de seguidores. 

A prova de que a comunicação ultrapassou a moldura eleitoral está no que conseguimos transformar em ação coletiva. Sob coordenação da chapa, construímos uma espiral de participação que ajudou a conquistar as 20 mil assinaturas necessárias para protocolar no Senado a ideia legislativa que institui o piso nacional da Psicologia. Esse resultado, símbolo da inteligência coletiva da categoria, demonstrou que “Nosso trabalho tem valor” não era apenas uma frase de efeito: ele se desdobrou em pressão democrática organizada, conectando o cotidiano das(os) psicólogas(os) com a arena institucional e reforçando a importância da integração entre redes, hotsite e comunicação direta.

No terreno estritamente eleitoral, a comparação com ciclos anteriores ajuda a dimensionar a virada. O pleito de 2025 registrou aumento de 20% na participação em relação à eleição anterior, um sinal inequívoco da disputa acirrada e do interesse despertado. Em contexto de assimetria de recursos, com adversários que contavam com grandes estruturas e orçamentos robustos, a Chapa 21 saiu do último lugar nas pesquisas para vencer a eleição nacional, alcançando 38.736 votos. É um desfecho eloquente: consistência política, densidade programática e capilaridade comunicativa conseguem, sim, superar desigualdades materiais quando acompanhadas de método e trabalho.

Se a pergunta é “o que fez a diferença?”, a resposta combina três camadas. Primeiro, a mensagem certa: uma ideia-forte que atravessou toda a campanha, sustentada por conteúdo que respeita a inteligência da categoria. Segundo, a arquitetura certa: um ecossistema simples de entender e robusto de operar (redes → hotsite → banco de contatos → e-mail → ação), em que cada ponto alimenta o seguinte. Terceiro, o ritmo certo: constância, previsibilidade em marcos de publicação, e capacidade de adaptar a cadência à medida que a campanha avançava e a adesão crescia. O resultado não foi apenas “falar com mais gente”, mas ouvir melhor, melhorar a qualidade do debate e transformar apoio difuso em participação ativa.

Esse caso ilustra o que a EVAG oferece quando assume uma campanha: estratégia política aplicada, linguagem clara, rotina editorial disciplinada, operações digitais integradas e gestão responsável de recursos. Não prometemos milagres, prometemos método. Trabalhamos para que cada real investido encontre um propósito, cada peça publicada cumpra uma função e cada contato registrado se converta, no tempo certo, em relação, mobilização e resultado. Em termos operacionais, isso significa que podemos replicar o desenho com as adaptações necessárias a cada contexto, sempre com diagnóstico inicial, objetivos mensuráveis, cronograma realista e acompanhamento semanal de entregas.

Por fim, o aspecto mais valioso dessa experiência: confiança. A Chapa 21 nasceu como dissidência, precisava apresentar diferenciação real e provar que não era apenas um arranjo de ocasião. A campanha mostrou essa diferença na forma e no conteúdo: renovou métodos, reduziu o ruído, organizou o diálogo e deu centralidade à valorização profissional. Da desconfiança inicial à vitória, o que sustentou a travessia foi a combinação entre política e comunicação, duas artes que, quando andam juntas e com responsabilidade, devolvem potência às causas. É por isso que afirmamos, com a serenidade de quem aprendeu fazendo: nosso trabalho tem valor. E pode ter valor para o seu projeto também.


Alguns números da Chapa 21:

  • Alcance total no Instagram: 2.784.476
  • Visualizações (impressões): 2.009.979
  • Engajamentos (interações): 141.646
  • Verba investida em anúncios: 3.964,71
  • Taxa média de abertura de e-mails: 36%
  • Assinaturas totais para a ideia legislativa: 22.367
  • Votos totais: 38.736
  • Diferença para a 2ª colocada: 4482
  • UFs com maioria: 11